sexta-feira, dezembro 01, 2006

Poemas de Joaquim Antonio da Costa - 1º Per. Not. Letras

VITÓRIA
Nossa terra, nossa glória)
Nesta época
Há nova ética na cidade,
Que aos poucos
Irá tudo resolver.

Os turistas e migrantes,
Vem de longe, muito longe,
Só para nossa
Linda cidade ver.

Nossa terra, nossa Vitória,
Nossa glória é você.
Nós tanto que te amamos
Que a abraçamos...

Nossa casa tu és.
Aqui que iremos viver
Aqui que iremos sonhar,
Aqui que iremos morrer.

Do nascer do dia,
Até o anoitecer...
Ela é bela!
Maravilhoso presépio,

Suas luzes a brilhar.
Sentimos teu ar no mar,
A marujar.
Sentimos a brisa
Na orla a assoprar.

Do alto avistamos
Os parques esplendidos,
As águas sob os pontilhões,
As montanhas, os prédios
Do centro... Seu coração.

Praia do canto,
Camburi é logo ali.
E que encanto,
São os cantos daqui!

FURACÃO
(fenômenos da natureza)
Casas afundadas,
Lares afundo.
O furação impiedoso,
Destrói todo o mundo.

Da Carolina
O Katrina não se aproxima.
Já em new orleans,
Vejam de cima,

Vem destruindo
A cidade como trovão.
Cuidado com sua casa,
A qualquer momento ela pode desabar.

Na casa branca,
O Senado precisa desacomodar.
Dividiram a cidade,
O rico do pobre

A se separar.
As autoridades políticas
Fingem não enxergar.
Casas, cães, gatos, plantas, flores...

Pessoas, aves e peixes,
Todos se afogando na correnteza
A se arrastar.
Ouvem-se gritos e pedidos de socorro...

Também em outras partes do mundo.
Maremotos e Tsunames
Por exemplo,
Na Indonésia a conturbar.

Vem repórteres,
Assistentes sociais,
E máquinas a fotografar.
Porém muitos morrem

Entre os detritos a murmurar.
Vêem-se helicópteros,
Corpos de bombeiros...
Resgate a se aproximar.

ESTADOS TERMINAIS
(o transito nas grandes cidades)
Logo ao cair do dia,
Seguem aparentemente
De uma jornada
Sem alegria,

Triste e cansada,
Cútis pálidas e vazias.
Talvez em razão dos vícios,
Dos terminais, da hipocondria...

Trabalhadores exaustos que ainda desafiam
As filas enormes,
Que nesta lata enfiam.
Tem que entrar devagar,

Diz um ali.
Não empurra,
Diz outro acolá.
Com a barra na mão a fixar.

Pois balança o busão,
No vai e vem a pular.
Não vêem a hora de chegar,
Deitar e descansar

Desta exaustão.
Quem sabe de noite um carinho,
Um cobertor quem tem de dia o seu amor.
Quem sabe um afagão,

Um abraço, um amasso no ninho...
Quem tem alguém pra animar o coração,
Não vai ficar sozinho.
Pra tudo há tempo e hora.

Hora de começar, hora de terminar.
Pra tudo há tempo:
Tempo para trabalhar, brincar, conversar...
Tempo para amar, para namorar...

Tempo de se casar,
Tempo de separar.
E passa o tempo e se foi mais um dia.
O dia seguinte nasce rotineiramente.

Agradecemos ao Senhor,
E iniciamos tudo novamente
Num ciclo interminável.
Logo ao cair da tarde,

O alvoroço vai começar.
Há revoada de pássaros
E aeronaves no ar.
Correria na terra como cardumes no mar.

Aproxima-se o arrebol,
A noite cai, esconde-se o sol.
Vejam os veículos lotados
Pela cidade a transitar:

Alguns muitos, longos, velhos, amarelados, abarrotados,
Com caras tristes, pálidas, enrugadas, descabeladas...
Outros poucos novos, aveludados,
Com teses felizes, rosadas...

Texturizadas, penteadas...
Seguem sentido aos bairros nobres,
Para seus castelos e manções.
Nos veículos velhos, há pessoas gritando,

Falando palavrões
Ou até mesmo agredindo seus irmãos.
Há crianças de colo chorando,
Há adultos amaldiçoando...

Algumas pessoas murmuram,
Blasfemam, falam mal,
Diz ser tudo maldição
E ainda por cima

Terem que voltar para a periferia distante
E sombria onde não vivem, vegetam.
Onde dizem só ter favelados,
Ladrões e bandidos.

Mas uma minoria digna e fiel,
Muito educada e respeitosa,
Com alegria e comoção,
Com palavras brandas e motivadoras,

Agradecem o Altíssimo,
Enobrecendo assim
Sua estirpe, seu coração.
É sua sina, sua provação.
(Pesquisa na cidade e nos terminais de vitória de 01/09/2006 a 15/09/2006)

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